quarta-feira, 26 de novembro de 2014

9 - AMARAJI



USINA ARIPIBU

A usina estava situada à margem esquerda da linha férrea da Great Western, distando da sedo do município, 18 km. No povoado da usina havia uma estação do trem, entre as estações de Frexeiras e Ribeirão, chamada de estação de Aripibu, que foi aberta ao público em 25 de março de 1926.
A usina foi fundada por Leocádio Alves Pontual e moeu pela primeira vez em 1888. Ele formou a empresa Pontual & Cia., que continuou como patrimônio de seus descendentes até ser comprada pelos irmãos Mário e Armando de Queiroz Monteiro. O parque industrial ocupava uma área de 500 metros quadrados.
Aripibu tinha nove propriedades agrícolas: Riqueza, com capacidade de produção de 6.000; Repouso, 3000; Aripibu, 6.000; Oriental, 2.500; Praluos, 1.000; Constituinte, 1.800; Braço do Meio, 3.000; Irmandade, 2.000 e Santo Elias, 5.000 toneladas de canas.
Sua via férrea era de 60 km, com a bitola de 0,60 e o material rodante compunha-se de 100 vagões de 3 toneladas de capacidade, 25 de 3, 5 locomotivas, sendo uma de 15 toneladas. A usina possuía um desvio que permitia o carregamento de seus produtos diretamente nos vagões do trem da Ferrovia do São Francisco para serem transportados até Recife. Podia trabalhar 400 toneladas de canas e fabricar 3,000 litros de álcool em 22 horas.
Possuía 4 defecadores de 20 hectolitros, 3 de 40 e 1 de sessenta; os clarificadores eram em número de 6, com  capacidade de 20 hectolitros cada um; 6 caldeiras, sendo: 1 Sterling com 200 H.P; 1 Mariolle com 200; 1 Fletcher com 100; 1 B. Vilcox com 150  e 1 Gebr. Stoohel com 250. Tinha um vácuo de 150 hectolitros e um de 80 e 18 turbinas Mariolle. O coeficiente da extração do caldo era de 78% e o rendimento médio industrial de 7.800 g de açúcar em 100 kg de canas. A densidade média do caldo era de 9ºBaumé.
Trabalhavam na fábrica cerca de 300 operários em período de moagem. Tinha uma grande vila operária e mantinha uma escola com uma frequência média anual de 40 alunos.
Parte do distrito de Aripibu incluindo o parque industrial foi desmembrado do município de Amaraji pelo decreto-lei estadual nº 235 de nove de dezembro de 1938, passando a pertencer ao município de Ribeirão.
Entre 1964 e 1965 foi anexada à usina Cucaú e transformada na pecuária Capri - Companhia Agropecuária de Ribeirão, onde são criadas vacas leiteiras, cavalos manga larga e onde existe um campo para cultura experimental de variedades de cana.



USINA BAMBURRAL

Localizada no município de Amaraji, a usina se localizava a 7 quilômetros de distância da estação de trem de Aripibu e a 70 de Recife. Foi fundada, em 1889, pelo coronel José Pereira de Araújo e seu genro Paulo Martins de Queiroz Monteiro, por uma concessão doada pelo Governo, em 1888. A sociedade foi desfeita amigavelmente em 1891.
José Pereira de Araújo veio residir no engenho Bamburral, propriedade de seu pai, também chamado de José Pereira de Araújo. Ele reformou o engenho, instalando um maquinário moderno e a usina teve sua primeira moagem emm1889.
A propriedade compreendia seis engenhos, dos quais os mais importantes eram Bamburral e Paraíso. Dez propriedades particulares forneciam uma média de 50.000 toneladas. A usina dispunha de 32 quilômetros de linhas férreas, com 60 centímetros de bitola, com um material rodante de 120 carros de 4 toneladas cada um e 4 locomotivas. A sua rede férrea ligava-se à da Usina Frexeiras, que se estendia até a estação de Frexeiras, na estrada de ferro da Great Western. A capacidade da Usina era de 280 toneladas de açúcar e 4.000 litros de álcool, por dia de trabalho de 22 horas. Trabalhava na fábrica uma média de 100 pessoas no período de moagem.
O maquinismo era de origem francesa e compreendia, além de outras máquinas, 4 caldeiras, 18 turbinas e 2 moendas. No ano de 1920, passou a pertencer ao Dr. Davino dos Santos Pontual. Em seguida, ficou para os seus herdeiros. Absorveu a usina Cabeça de Negro que também pertencia ao Dr. Davino Pontual e, por último, passou das mãos do Sr. João Pinto Lapa para a usina Caxangá, que desativou suas moendas definitivamente.


USINA BOSQUE
Fundada no engenho do mesmo nome, no município de Amaraji, entre os anos 1885 e 1890. Seu fundador foi José Manuel Antônio Pontual e seu filho, na época formando a empresa Dr. M. Pontual & Cia. A indústria era do tipo meio aparelho e sua capacidade era de 20.000 toneladas por safra.
Diziam que o senhor Manuel Pontual era tão econômico a ponto de prejudicar o bom andamento da usina, especialmente na época de moagem. Seus funcionários comentavam que ele não comprava material de manutenção, como chave de boca e outros utensílios, obrigando os mecânicos da usina a andarem com os bolsos cheios de barbantes e pedaços de borracha para tapar vazamentos nos canos d´água e de caldo. Para retirar porcas do parafusos que precisavam remover nos reparos cotidianos das ferragens, os mecânicos precisavam conduzir no cinto um martelo e um escopo.
Suas atividades encerradas em 1917 quando foi fundida à usina Frexeiras formado o grupo Dias, Pontual e Barros. No ano de seu encerramento a previsão de sua moagem para o ano seguinte era de 20.000 toneladas.



CABEÇA DE NEGRO

Era no centro da melhor zona açucareira do estado de Pernambuco, compreendida no município de Amaraii e Escada, que se achava situada a Usina Cabeça de Negro. Edificada em 1888 por Antônio dos Santos Pontual, o barão de Frexeiras, vulto de grande renome e consideração no estado; e por morte deste, passou para o seu sobrinho, Dr. Davino dos Santos Pontual Júnior. A usina ficava a cinco quilômetros da estação de Frexeiras, no centro de vastas e importantes propriedades. Dela faziam parte dois engenhos, Cabeça de Negro e Boa Vista, cujas extensas plantações de cana davam avultada produção.
Sua capacidade de moagem era de 250 toneladas nas 24 horas. Possuía também uma destilaria em condições de fabricar 2.500 litros de álcool por dia. A indústria mantinha uma via férrea de 20 km, com bitola de 60 cm, utilizada por duas locomotivas e 80 vagões. Na fábrica trabalhavam 50 operários. Cabeça de Negro moía uma safra anual de 20.000 toneladas de cana, que produzem açúcar de primeira qualidade, para consumo do país. E o fabrico do álcool chagava a 150.000 litros por safra.
O governo do Estado concedeu a Antônio dos Santos Pontual, proprietário da usina, um empréstimo no valor de 100 mil réis, concedido no dia 26 de março de 1895, cujo contrato foi assinado no dia três de abril do mesmo ano.
No começo do século passado a usina foi adquirida por Dr. Davino dos Santos Pontual, sobrinho e genro de José Manuel Antônio Pontual, seu fundador. Dr. Davino Pontual, bacharel em direito pela Faculdade de Recife, turma de 1886, era político e foi deputado constituinte em 1890, além de fazer parte do senado estadual em várias legislaturas.
Davino dos Santos Pontual Júnior nasceu no dia 13 de outubro de 1864. Era filho do Coronel Davino dos Santos Pontual e de dona Feliciana Teresa Dias Pontual, proprietários do engenho Amora. O coronel Davino Pontual vinha de uma família de 16 irmãos, muitos deles, proprietários de engenhos e usinas em Escada e Amaraji. Entre seus irmãos estavam: Antônio dos Santos Pontual, Barão de Frexeiras, Bernardino de Sena Pontual, Barão de Petrolina e Francisco da Rocha Pontual, o primeiro prefeito eleito de Amaraji. O casal, além de Davino Júnior, teve mais sete filhos: Ana, Filonila, Francisca, Inácio, Manoel, Maria Adelaide e Teresa. Davino Pontual Filho formou-se pela Faculdade de Direito de Recife em 1886. Em 1890, foi eleito para o conselho municipal de Amaraji, na eleição que escolheu o primeiro prefeito municipal após sua emancipação política. Também foi prefeito do município. Ele que fora eleito deputado estadual em 1887, foi constituinte em 1889, quando foi promulgada a primeira Constituição de Pernambuco no início da República. Em 1924 foi eleito e reeleito senador do Senado Estadual de Pernambuco e, em 1929, ocupou a 1ª vice-presidência daquela casa.
Além de bastante conhecido nos meios da cultura açucareira, ele também se dedicava à criação de cavalos da raça puro sangue. No engenho Boa Vista ele mantinha um haras e um de seus cavalos, chamado Gibanete, tornou-se famoso por ganhar duas medalhas de ouro na Exposição Universal de Turim na Itália. Quando ele morreu em 1933, a usina foi desativada e o maquinário e suas propriedades foram absorvidas pela usina Bamburral, que tempos depois pertenceu ao Dr. João Pinto Lapa e, em seguida, vendida ao Dr. José Lopes de Siqueira Santos, sendo absorvida pela usina Caxangá.
Grande defensor da lavoura canavieira, em 1920 comprou a usina Bamburral ao comendador José Pereira de Araújo. A propriedade compreendia nove engenhos, o parque industrial havia sido reformado e nele fora instalado um maquinário moderno.
Dr. Davino Pontual, já bastante conhecido na indústria açucareira por sua defesa dos plantadores de cana, tornou-se também um grande criador de cavalos de raça. Ele tinha um haras com reprodutores de puro-sangue no engenho Boa Vista. Os cruzamentos efetuados no haras deram excelente resultados, como prova a medalha de ouro recebida na Exposição de Pernambuco, em 1908, com os seguintes dizeres: "Sociedade Animadora da Criação de Cavalos em Pernambuco. Prêmio de honra concedido a Gibanete”, o animal vencedor do certame. Davino Pontual obteve duas medalhas de ouro na Exposição Universal de Turim em 1911, para os produtos que aí expôs. Nos anos de 1933/34 Cabeça de Negro deixou de funcionar e foi absorvida pela usina Bamburral do mesmo proprietário.


LIBERATO MARQUES
Localizada no município de Amaraji, teve sua fundação iniciada em 1921, pelo Dr. Liberato José Marques, engenheiro e proprietário dos engenhos Palmares, Bom Conselho, Riacho de Pedra e Prata. O Dr. Liberato Marques foi ajudado neste empreendimento pelo seu grande amigo e benfeitor, o senhor Henrique Marques de Holanda Cavalcanti, o Barão de Suassuna, que lhe forneceu algum maquinário e emprestou dinheiro para construção de sua usina.
Sua primeira moagem aconteceu em 1923 e a usina tinha uma capacidade de 200 sacos de açúcar diários.
Porém, o débitos e as constantes crises das usinas de açúcar fizeram com que esta usina tivesse vida muito curta, moendo apenas duas safras. Ela foi desativada entre 1927-1928 antes da criação do IAA.



PEDROZA

Em 1891, a usina Pedroza iniciou suas atividades. Localizada no então distrito de Cortês que pertencia a Amaraji, foi fundada por três genros e um filho do coronel Manoel Gomes da Cunha Pedroza, o Barão de Bonito. João de Siqueira Barbosa Arcoverde, Suiterbo Barbosa de Siqueira Arcoverde, José Belarmino Pereira de Melo e Antônio Parízio da Cunha Pedroza receberam concessão para construir a usina no engenho Flor da Ilha. O nome da usina é uma homenagem ao coronel Manoel Gomes da Cunha Pedroza, que havia recebido o título de Barão de Bonito quatro anos antes da sua construção. Era a época da decadência dos engenhos bangüês que fabricavam açúcar bruto e aguardente e foram substituídos pelas usinas que passaram a fabricar o açúcar cristal e o álcool. Para administrar a usina foi criada a firma Arcoverde, Pereira e Parízio. A empresa funcionou bem até a morte do Barão de Bonito e o desligamento dos sócios João Siqueira Barbosa Arcoverde e Suiterbo Siqueira Barbosa Arcoverde em 1901. A usina ficou sob a gerência de José Piauhylino que a conduziu até o seu falecimento em 1906. Em 1910, a usina foi vendida para o coronel Arthur de Siqueira Cavalcanti e seu sócio Antônio Minervino de Moura Soares. O coronel Arthur de Siqueira Cavalcante foi o fundador da usina Caxangá em 1894 e era pai de Carlos de Lima Cavalcante, que foi interventor federal no Estado de Pernambuco, Antônio Minervino vendeu a sua parte, ficando o coronel Arthur Siqueira Cavalcanti como único proprietário até a sua morte aos 54 anos, em 1918. De 1918 a 1965 a usina foi dirigida por seus filhos e genros. Em 1929, a usina possuía um grande número de propriedades agrícolas, com capacidade de produção de 70.000 toneladas de cana. Tinha uma via férrea de 34 quilômetros, cinco locomotivas e 110 carros e vagões. Possuía capacidade para processar 500 toneladas de cana e fabricar 4.000 litros de álcool e 22 horas de funcionamento. Na época da moagem trabalhavam na fábrica cerca de 200 operários. Nos anos de 1945 a 1955, havia na usina o Cine Pedroza, composto por 230 cadeiras, exibindo filmes às quartas-feiras e domingos. Nos filmes de Carlitos e do Gordo e o Magro o cinema ficava lotado. Em 1965, a usina foi vendida a um grupo composto por Severino Barbosa de Farias, seu filho Antônio Farias, Torquato de Castro, José Cordeiro de Castro, Leonardo do Monte, Rubem Monte e Aluízio Freire. Os novos donos acabaram com as estradas de ferro e locomotivas (transformados em ferro-velho), compraram tratores e caminhões e iniciaram a construção de estradas de rodagem. Com a morte do seu pai Severino Farias e o desligamento da empresa dos outros sócios, Antônio Farias passou a ser o único proprietário da usina, na qual fez grandes transformações tornando-a mais moderna. Substituiu toda a maquinaria, construíu uma destilaria de álcool (25.000 litros/dia), silos e comprou propriedades. De 1965 a 1982 a Usina Pedroza dobrou sua capacidade produção de cana e passou de 200.000 sacos de açúcar para 500.000. Em 1982, Antônio Farias tendo que administrar duas destilarias no Rio Grande do Norte, a usina Pedroza e um mandato de deputado federal por Pernambuco, passou a responsabilidade administrativa da usina para seu filho Eduardo Farias, que, juntamente com sua mãe Geralda Farias, são os atuais proprietários e administradores da usina Pedrosa.


RAIZ DE DENTRO
Manoel Luiz Pacheco



UNIÃO E INDÚSTRIA

(Pertenceu a Amaraji até 1908, quando foi desmembrada do município, passando a fazer parte de Escada). Foi fundada em pelo major da Guarda Nacional Manoel Antônio dos Santos Dias, proprietário da usina Santa Philonila, no engenho Jundiá, em Escada, e iniciou suas atividades em 1895. Primeiramente recebeu o nome de Santa Philonila; depois Bom Fim; Santos Dias e por fim União e Indústria.   Na época de sua fundação, pertencia ao município de Amaraji, mas o major Santos Dias, prefeito da Escada, tinha grande prestígio junto à Câmara de Deputados e era compadre do governador Herculano Bandeira conseguiu passá-la para o município da Escada juntamente com a vila de Primavera em 1906. Atualmente pertence ao município de Primavera. Até o início do século vinte pertenceu ao mesmo dono, passando então para a propriedade de Luiz Dubeux. Em 1929, tendo como proprietária a Companhia Agrícola União Industrial de Pernambuco, possuía capacidade para processar 500 toneladas de cana e fabricar 8.000 litros de álcool em 22 horas. Tinha 112 quilômetros de ferrovia, sete locomotivas e 118 vagões que se comunicavam com a Great Western. Na época da moagem trabalhavam na fábrica cerca de 213 operários somente na fabricação do açúcar. Mantinha para o operariado uma farmácia e duas escolas com frequência média anual de 90 alunos. Em 1961, foi comprada pelo engenheiro e industrial Luiz Dias Lins (neto do major Santos) que comandou a empresa até 1980, quando a usina passou a ser União e Indústria S/A. Finalmente, a usina passou a ser comandada por Ilvo Monteiro Soares de Meirelles e sua esposa, Maria Carolina Bezerra de Meirelles, seus diretores executivos. A União e Indústria S/A com mais de cem anos de fundação passou por períodos de grandes dificuldades, porém depois de várias reformas conseguiu, em 1995, chegar a uma produção de 90.000 sacos de açúcar e 7.300.000 litros de álcool.



DESTILARIA CAMPO BELO

Antiga Destilaria Montevideu Ltda. do industrial Aarão Lins de Andrade, fundada em 1977. Foi adquirida pelo grupo N em 2002, passando a se chamar de Destilaria Campo Belo.



DESTILARIA DO ANIMOSO 

Fundada em 19?? pelos agricultores Gilberto Benigno de Barros e.


DESTILARIA MONTEVIDEU LTDA.


Fundada em 1977 pelo industrial Aarão Lins de Andrade no engenho Palmares.

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