USINA ARIPIBU
A usina estava
situada à margem esquerda da linha férrea da Great Western, distando da sedo do
município, 18 km. No povoado da usina havia uma estação do trem, entre as
estações de Frexeiras e Ribeirão, chamada de estação de Aripibu, que foi aberta
ao público em 25 de março de 1926.
A usina foi fundada por
Leocádio Alves Pontual e moeu pela primeira vez em 1888. Ele formou a empresa
Pontual & Cia., que continuou como patrimônio de seus descendentes até ser comprada
pelos irmãos Mário e Armando de Queiroz Monteiro. O parque industrial ocupava
uma área de 500 metros quadrados.
Aripibu tinha nove
propriedades agrícolas: Riqueza, com capacidade de produção de 6.000; Repouso,
3000; Aripibu, 6.000; Oriental, 2.500; Praluos, 1.000; Constituinte, 1.800;
Braço do Meio, 3.000; Irmandade, 2.000 e Santo Elias, 5.000 toneladas de canas.
Sua via férrea era
de 60 km, com a bitola de 0,60 e o material rodante compunha-se de 100 vagões
de 3 toneladas de capacidade, 25 de 3, 5 locomotivas, sendo uma de 15 toneladas.
A usina possuía um desvio que permitia o carregamento de seus produtos
diretamente nos vagões do trem da Ferrovia do São Francisco para serem
transportados até Recife. Podia trabalhar 400 toneladas de canas e fabricar
3,000 litros de álcool em 22 horas.
Possuía 4
defecadores de 20 hectolitros, 3 de 40 e 1 de sessenta; os clarificadores eram
em número de 6, com capacidade de 20
hectolitros cada um; 6 caldeiras, sendo: 1 Sterling com 200 H.P; 1 Mariolle com
200; 1 Fletcher com 100; 1 B. Vilcox com 150
e 1 Gebr. Stoohel com 250. Tinha um vácuo de 150 hectolitros e um de 80
e 18 turbinas Mariolle. O coeficiente da extração do caldo era de 78% e o
rendimento médio industrial de 7.800 g de açúcar em 100 kg de canas. A
densidade média do caldo era de 9ºBaumé.
Trabalhavam na
fábrica cerca de 300 operários em período de moagem. Tinha uma grande vila
operária e mantinha uma escola com uma frequência média anual de 40 alunos.
Parte do distrito de
Aripibu incluindo o parque industrial foi desmembrado do município de Amaraji
pelo decreto-lei estadual nº 235 de nove de dezembro de 1938, passando a
pertencer ao município de Ribeirão.
Entre 1964 e 1965
foi anexada à usina Cucaú e transformada na pecuária Capri - Companhia
Agropecuária de Ribeirão, onde são criadas vacas leiteiras, cavalos manga larga
e onde existe um campo para cultura experimental de variedades de cana.
USINA BAMBURRAL
Localizada no
município de Amaraji, a usina se localizava a 7 quilômetros de distância da
estação de trem de Aripibu e a 70 de Recife. Foi fundada, em 1889, pelo coronel
José Pereira de Araújo e seu genro Paulo Martins de Queiroz Monteiro, por uma
concessão doada pelo Governo, em 1888. A sociedade foi desfeita amigavelmente
em 1891.
José Pereira de
Araújo veio residir no engenho Bamburral, propriedade de seu pai, também
chamado de José Pereira de Araújo. Ele reformou o engenho, instalando um
maquinário moderno e a usina teve sua primeira moagem emm1889.
A propriedade
compreendia seis engenhos, dos quais os mais importantes eram Bamburral e
Paraíso. Dez propriedades particulares forneciam uma média de 50.000 toneladas.
A usina dispunha de 32 quilômetros de linhas férreas, com 60 centímetros de
bitola, com um material rodante de 120 carros de 4 toneladas cada um e 4
locomotivas. A sua rede férrea ligava-se à da Usina Frexeiras, que se estendia
até a estação de Frexeiras, na estrada de ferro da Great Western. A capacidade
da Usina era de 280 toneladas de açúcar e 4.000 litros de álcool, por dia de
trabalho de 22 horas. Trabalhava na fábrica uma média de 100 pessoas no período
de moagem.
O maquinismo era de
origem francesa e compreendia, além de outras máquinas, 4 caldeiras, 18
turbinas e 2 moendas. No ano de 1920, passou a pertencer ao Dr. Davino dos
Santos Pontual. Em seguida, ficou para os seus herdeiros. Absorveu a usina
Cabeça de Negro que também pertencia ao Dr. Davino Pontual e, por último,
passou das mãos do Sr. João Pinto Lapa para a usina Caxangá, que desativou suas
moendas definitivamente.
USINA BOSQUE
Fundada no engenho
do mesmo nome, no município de Amaraji, entre os anos 1885 e 1890. Seu fundador
foi José Manuel Antônio Pontual e seu filho, na época formando a empresa Dr. M.
Pontual & Cia. A indústria era do tipo meio aparelho e sua capacidade era
de 20.000 toneladas por safra.
Diziam que o senhor
Manuel Pontual era tão econômico a ponto de prejudicar o bom andamento da
usina, especialmente na época de moagem. Seus funcionários comentavam que ele
não comprava material de manutenção, como chave de boca e outros utensílios,
obrigando os mecânicos da usina a andarem com os bolsos cheios de barbantes e
pedaços de borracha para tapar vazamentos nos canos d´água e de caldo. Para
retirar porcas do parafusos que precisavam remover nos reparos cotidianos das
ferragens, os mecânicos precisavam conduzir no cinto um martelo e um escopo.
Suas atividades
encerradas em 1917 quando foi fundida à usina Frexeiras formado o grupo Dias,
Pontual e Barros. No ano de seu encerramento a previsão de sua moagem para o
ano seguinte era de 20.000 toneladas.
CABEÇA DE NEGRO
Era no centro da melhor zona açucareira do estado de Pernambuco, compreendida no município de Amaraii e Escada, que se achava situada a Usina Cabeça de Negro. Edificada em 1888 por Antônio dos Santos Pontual, o barão de Frexeiras, vulto de grande renome e consideração no estado; e por morte deste, passou para o seu sobrinho, Dr. Davino dos Santos Pontual Júnior. A usina ficava a cinco quilômetros da estação de Frexeiras, no centro de vastas e importantes propriedades. Dela faziam parte dois engenhos, Cabeça de Negro e Boa Vista, cujas extensas plantações de cana davam avultada produção.
Sua capacidade de
moagem era de 250 toneladas nas 24 horas. Possuía também uma destilaria em
condições de fabricar 2.500 litros de álcool por dia. A indústria mantinha uma
via férrea de 20 km, com bitola de 60 cm, utilizada por duas locomotivas e 80
vagões. Na fábrica trabalhavam 50 operários. Cabeça de Negro moía uma safra
anual de 20.000 toneladas de cana, que produzem açúcar de primeira qualidade,
para consumo do país. E o fabrico do álcool chagava a 150.000 litros por safra.
O governo do Estado
concedeu a Antônio dos Santos Pontual, proprietário da usina, um empréstimo no
valor de 100 mil réis, concedido no dia 26 de março de 1895, cujo contrato foi
assinado no dia três de abril do mesmo ano.
No começo do século
passado a usina foi adquirida por Dr. Davino dos Santos Pontual, sobrinho e
genro de José Manuel Antônio Pontual, seu fundador. Dr. Davino Pontual,
bacharel em direito pela Faculdade de Recife, turma de 1886, era político e foi
deputado constituinte em 1890, além de fazer parte do senado estadual em várias
legislaturas.
Davino dos Santos
Pontual Júnior nasceu no dia 13 de outubro de 1864. Era filho do Coronel Davino
dos Santos Pontual e de dona Feliciana Teresa Dias Pontual, proprietários do
engenho Amora. O coronel Davino Pontual vinha de uma família de 16 irmãos,
muitos deles, proprietários de engenhos e usinas em Escada e Amaraji. Entre
seus irmãos estavam: Antônio dos Santos Pontual, Barão de Frexeiras, Bernardino
de Sena Pontual, Barão de Petrolina e Francisco da Rocha Pontual, o primeiro
prefeito eleito de Amaraji. O casal, além de Davino Júnior, teve mais sete
filhos: Ana, Filonila, Francisca, Inácio, Manoel, Maria Adelaide e Teresa.
Davino Pontual Filho formou-se pela Faculdade de Direito de Recife em 1886. Em
1890, foi eleito para o conselho municipal de Amaraji, na eleição que escolheu
o primeiro prefeito municipal após sua emancipação política. Também foi
prefeito do município. Ele que fora eleito deputado estadual em 1887, foi
constituinte em 1889, quando foi promulgada a primeira Constituição de
Pernambuco no início da República. Em 1924 foi eleito e reeleito senador do Senado
Estadual de Pernambuco e, em 1929, ocupou a 1ª vice-presidência daquela casa.
Além de bastante
conhecido nos meios da cultura açucareira, ele também se dedicava à criação de
cavalos da raça puro sangue. No engenho Boa Vista ele mantinha um haras e um de
seus cavalos, chamado Gibanete, tornou-se famoso por ganhar duas medalhas de
ouro na Exposição Universal de Turim na Itália. Quando ele morreu em 1933, a
usina foi desativada e o maquinário e suas propriedades foram absorvidas pela
usina Bamburral, que tempos depois pertenceu ao Dr. João Pinto Lapa e, em
seguida, vendida ao Dr. José Lopes de Siqueira Santos, sendo absorvida pela
usina Caxangá.
Grande defensor da
lavoura canavieira, em 1920 comprou a usina Bamburral ao comendador José
Pereira de Araújo. A propriedade compreendia nove engenhos, o parque industrial
havia sido reformado e nele fora instalado um maquinário moderno.
Dr. Davino Pontual,
já bastante conhecido na indústria açucareira por sua defesa dos plantadores de
cana, tornou-se também um grande criador de cavalos de raça. Ele tinha um haras
com reprodutores de puro-sangue no engenho Boa Vista. Os cruzamentos efetuados
no haras deram excelente resultados, como prova a medalha de ouro recebida na
Exposição de Pernambuco, em 1908, com os seguintes dizeres: "Sociedade
Animadora da Criação de Cavalos em Pernambuco. Prêmio de honra concedido a
Gibanete”, o animal vencedor do certame. Davino Pontual obteve duas medalhas de
ouro na Exposição Universal de Turim em 1911, para os produtos que aí expôs. Nos
anos de 1933/34 Cabeça de Negro deixou de funcionar e foi absorvida pela usina
Bamburral do mesmo proprietário.
LIBERATO MARQUES
Localizada no
município de Amaraji, teve sua fundação iniciada em 1921, pelo Dr. Liberato
José Marques, engenheiro e proprietário dos engenhos Palmares, Bom Conselho,
Riacho de Pedra e Prata. O Dr. Liberato Marques foi ajudado neste
empreendimento pelo seu grande amigo e benfeitor, o senhor Henrique Marques de
Holanda Cavalcanti, o Barão de Suassuna, que lhe forneceu algum maquinário e
emprestou dinheiro para construção de sua usina.
Sua primeira moagem
aconteceu em 1923 e a usina tinha uma capacidade de 200 sacos de açúcar
diários.
Porém, o débitos e
as constantes crises das usinas de açúcar fizeram com que esta usina tivesse
vida muito curta, moendo apenas duas safras. Ela foi desativada entre 1927-1928
antes da criação do IAA.
PEDROZA
Em 1891, a usina
Pedroza iniciou suas atividades. Localizada no então distrito de Cortês que
pertencia a Amaraji, foi fundada por três genros e um filho do coronel Manoel
Gomes da Cunha Pedroza, o Barão de Bonito. João de Siqueira Barbosa Arcoverde,
Suiterbo Barbosa de Siqueira Arcoverde, José Belarmino Pereira de Melo e
Antônio Parízio da Cunha Pedroza receberam concessão para construir a usina no
engenho Flor da Ilha. O nome da usina é uma homenagem ao coronel Manoel Gomes
da Cunha Pedroza, que havia recebido o título de Barão de Bonito quatro anos
antes da sua construção. Era a época da decadência dos engenhos bangüês que
fabricavam açúcar bruto e aguardente e foram substituídos pelas usinas que
passaram a fabricar o açúcar cristal e o álcool. Para administrar a usina foi
criada a firma Arcoverde, Pereira e Parízio. A empresa funcionou bem até a
morte do Barão de Bonito e o desligamento dos sócios João Siqueira Barbosa
Arcoverde e Suiterbo Siqueira Barbosa Arcoverde em 1901. A usina ficou sob a
gerência de José Piauhylino que a conduziu até o seu falecimento em 1906. Em
1910, a usina foi vendida para o coronel Arthur de Siqueira Cavalcanti e seu
sócio Antônio Minervino de Moura Soares. O coronel Arthur de Siqueira
Cavalcante foi o fundador da usina Caxangá em 1894 e era pai de Carlos de Lima
Cavalcante, que foi interventor federal no Estado de Pernambuco, Antônio
Minervino vendeu a sua parte, ficando o coronel Arthur Siqueira Cavalcanti como
único proprietário até a sua morte aos 54 anos, em 1918. De 1918 a 1965 a usina
foi dirigida por seus filhos e genros. Em 1929, a usina possuía um grande
número de propriedades agrícolas, com capacidade de produção de 70.000
toneladas de cana. Tinha uma via férrea de 34 quilômetros, cinco locomotivas e
110 carros e vagões. Possuía capacidade para processar 500 toneladas de cana e
fabricar 4.000 litros de álcool e 22 horas de funcionamento. Na época da moagem
trabalhavam na fábrica cerca de 200 operários. Nos anos de 1945 a 1955, havia
na usina o Cine Pedroza, composto por 230 cadeiras, exibindo filmes às
quartas-feiras e domingos. Nos filmes de Carlitos e do Gordo e o Magro o cinema
ficava lotado. Em 1965, a usina foi vendida a um grupo composto por Severino
Barbosa de Farias, seu filho Antônio Farias, Torquato de Castro, José Cordeiro
de Castro, Leonardo do Monte, Rubem Monte e Aluízio Freire. Os novos donos
acabaram com as estradas de ferro e locomotivas (transformados em ferro-velho),
compraram tratores e caminhões e iniciaram a construção de estradas de rodagem.
Com a morte do seu pai Severino Farias e o desligamento da empresa dos outros
sócios, Antônio Farias passou a ser o único proprietário da usina, na qual fez
grandes transformações tornando-a mais moderna. Substituiu toda a maquinaria,
construíu uma destilaria de álcool (25.000 litros/dia), silos e comprou
propriedades. De 1965 a 1982 a Usina Pedroza dobrou sua capacidade produção de
cana e passou de 200.000 sacos de açúcar para 500.000. Em 1982, Antônio Farias
tendo que administrar duas destilarias no Rio Grande do Norte, a usina Pedroza
e um mandato de deputado federal por Pernambuco, passou a responsabilidade
administrativa da usina para seu filho Eduardo Farias, que, juntamente com sua
mãe Geralda Farias, são os atuais proprietários e administradores da usina
Pedrosa.
RAIZ DE DENTRO
Manoel Luiz Pacheco
UNIÃO E INDÚSTRIA
(Pertenceu a Amaraji
até 1908, quando foi desmembrada do município, passando a fazer parte de
Escada). Foi fundada em pelo major da Guarda Nacional Manoel Antônio dos Santos
Dias, proprietário da usina Santa Philonila, no engenho Jundiá, em Escada, e
iniciou suas atividades em 1895. Primeiramente recebeu o nome de Santa
Philonila; depois Bom Fim; Santos Dias e por fim União e Indústria. Na época de sua fundação, pertencia ao
município de Amaraji, mas o major Santos Dias, prefeito da Escada, tinha grande
prestígio junto à Câmara de Deputados e era compadre do governador Herculano
Bandeira conseguiu passá-la para o município da Escada juntamente com a vila de
Primavera em 1906. Atualmente pertence ao município de Primavera. Até o início
do século vinte pertenceu ao mesmo dono, passando então para a propriedade de
Luiz Dubeux. Em 1929, tendo como proprietária a Companhia Agrícola União
Industrial de Pernambuco, possuía capacidade para processar 500 toneladas de
cana e fabricar 8.000 litros de álcool em 22 horas. Tinha 112 quilômetros de
ferrovia, sete locomotivas e 118 vagões que se comunicavam com a Great Western.
Na época da moagem trabalhavam na fábrica cerca de 213 operários somente na
fabricação do açúcar. Mantinha para o operariado uma farmácia e duas escolas
com frequência média anual de 90 alunos. Em 1961, foi comprada pelo engenheiro
e industrial Luiz Dias Lins (neto do major Santos) que comandou a empresa até
1980, quando a usina passou a ser União e Indústria S/A. Finalmente, a usina
passou a ser comandada por Ilvo Monteiro Soares de Meirelles e sua esposa,
Maria Carolina Bezerra de Meirelles, seus diretores executivos. A União e
Indústria S/A com mais de cem anos de fundação passou por períodos de grandes
dificuldades, porém depois de várias reformas conseguiu, em 1995, chegar a uma
produção de 90.000 sacos de açúcar e 7.300.000 litros de álcool.
DESTILARIA CAMPO BELO
Antiga Destilaria
Montevideu Ltda. do industrial Aarão Lins de Andrade, fundada em 1977. Foi
adquirida pelo grupo N em 2002, passando a se chamar de Destilaria Campo Belo.
DESTILARIA DO ANIMOSO
Fundada em 19?? pelos agricultores Gilberto Benigno de Barros e.
Fundada em 1977 pelo industrial Aarão Lins de Andrade no engenho Palmares.
Hoje é a Destilaria Vitória, ligada a Pitú.
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